Nesta sexta-feira (20 de junho de 2025), o chanceler iraniano Abbas Araqchi declarou em Genebra, durante reunião das Nações Unidas, que os ataques de Israel contra instalações nucleares iranianas configuram “crimes de guerra”. Ele alertou para os riscos de contaminação radioativa, considerando o impacto ambiental e à saúde pública.
Araqchi ressaltou que, apesar da supervisão contínua da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a destruição dessas estruturas viola o direito internacional humanitário, que protege usinas nucleares em zonas de conflito. Segundo ele, Israel cometeu uma “grave agressão” infringindo o artigo 2º, parágrafo 4º da Carta da ONU, que proíbe o uso da força contra a integridade territorial de outros países.
O diplomata iraniano também criticou o momento dos ataques, ocorridos enquanto Teerã mantinha negociações com os EUA previstas para 15 de junho, com vistas a um novo acordo nuclear, considerado por ele “promissor” para assegurar o caráter pacífico do programa iraniano.
Em resposta, Israel confirmou ter bombardeado dezenas de alvos em Teerã e locais ligados ao programa nuclear, incluindo centros de pesquisa e enriquecimento. O governo iraniano chegou a alertar moradores para evacuarem áreas industriais no norte do país antes dos ataques.
Além disso, o Irã retaliou disparando mísseis contra Israel, com dezenas de explosões ouvidas em Jerusalém e Tel Aviv. O sistema de defesa israelense conseguiu interceptar a maioria dos projéteis.
Rights Activists (com sede nos EUA) estimam ao menos 639 mortos nos ataques israelenses, enquanto Israel registra cerca de 24 vítimas fatais em seu território. Observadores afirmam que o Irã não divulga sistematicamente seus dados, mas os últimos números oficiais indicam mais de 240 mortes e cerca de 1.277 feridos.
Panorama Atual
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O Irã acusa Israel de lançar ataques ilegais em tempos de diálogo diplomático.
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Israel justifica os ataques como medidas de defesa para impedir o desenvolvimento de armas nucleares no Irã.
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A AIEA afirmou que pode estabelecer um sistema eficaz de inspeção para garantir o uso pacífico da energia nuclear em qualquer novo acordo.
A tensão geopolítica segue em alta, com consequências diretas para o futuro das negociações nucleares e a segurança no Oriente Médio.